Caso Adimar joga luz sobre as responsabilidades
A morte do pedreiro é cercada de todas as suspeitas e mistérios. A primeira delas é que um preso com laudo de distúrbio psicológico tem privacidade e tempo para trançar uma corda. O Estado, que já era de certa forma corresponsável pela morte dos seis rapazes de Luziânia, agora é responsável por mais uma morte de alguém que estava sob sua custódia.
Adimar, que já havia agido sob as barbas da Justiça e da lei, quando praticava homicídios em série, mais uma vez agiu sob as barbas da lei e da Justiça, matando a si próprio e se livrando da punição.
Adimar de Jesus da Silva é o modelo pronto e acabado do mau funcionamento do Estado em relação ao crime. Ele matava, as mães saíam às ruas para protestar e a polícia local dava pouca importância ao caso, alegando que eram jovens que fugiram de casa procurando emprego. Só houve interesse da polícia quando as mães foram ao Ministério da Justiça e o assunto saiu em rede nacional.
Condenado a mais de 14 anos por abusar de dois meninos e com laudo de quase psicopatia, periculosidade, foi solto de acordo com a lei. A lei foi mais forte que os indícios. Quando uma promotora pediu que ele fosse vigiado, Adimar já tinha matado quatro. O juiz afirmou que é pago para aplicar a lei. Imaginamos que juízes sejam pagos para julgar.
Mas ainda que eles mostrem, na primeira instância, o que deve ser feito, os tribunais superiores impõem as leis. Quem faz as leis são deputados e senadores muito bonzinhos.
Neste caso, laudos foram dispensados. Leis, feitas para ficar no papel, porque não se dá a devida importância à Justiça, à polícia. Não há meios para vigiar condenados à liberdade. Na região de Brasília, por exemplo, não há albergue.
Adimar foi para a casa do cunhado. Depois, os legisladores lavam as mãos, fazem CPI para atrair luzes e encontrar responsáveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário