Ciro anuncia apoio a Dilma
O socialista, no entanto, evitou dizer se vai participar da propaganda eleitoral da petista na TV
Brasília - O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) afirmou ontem que é "disciplinado" e que vai apoiar a candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT) porque é uma decisão de partido.
Após um almoço de mais de uma hora com a petista, Ciro evitou dizer se vai participar da propaganda eleitoral da petista na TV. Segundo ele, seu empenho na campanha dependerá de suas "preocupações com o futuro do país".
Esse foi o primeiro encontro de Ciro com Dilma desde que o PSB rejeitou sua candidatura presidencial em troca da aliança com a petista.
"O apoio nunca esteve em discussão. Meu partido tem uma posição formal e eu sou disciplinado. Quanto a engajamento e entusiasmo, na medida em que as minhas preocupações com o futuro do país vão se revelando, vai aumentando meu entusiasmo."
O deputado afirmou que ainda não concorda com o caminho escolhido pelo PSB nas eleições e lembrou sua relação pessoal com Dilma a quem chamou de "velha amiga".
"Eu considero ainda que meu partido não tomou a posição correta, tomou a decisão errada e acho que a democracia brasileira perdeu a oportunidade de ampliar o debate e a discussão, mas como eu amo a democracia, e na democracia não são as opiniões individuais que devem prevalecer, deve prevalecer da maioria", afirmou.
Ciro disse que está disposto a receber Dilma para campanha no Ceará. "Você acha que se chegar lá uma pessoa como a Dilma, eu não vou receber? De maneira alguma."
Questionado se saiu diferente do almoço, Ciro foi irônico. "Estou com a mesma camisa e gravata", afirmou.
Após a decisão do PSB de não lançar candidatura própria, Ciro atacou Dilma e chegou a dizer que o candidato do PSDB, José Serra, era "mais preparado" para enfrentar qualquer crise nos próximos anos e afirmou que não participaria da campanha. A reconciliação de Ciro e Dilma teria sido patrocinada pelo presidente do PSB e governador Eduardo Campos (PE).
"Eu dei a ele a única coisa que posso dar: absoluta liberdade para fazer o que quiser. Não exijo nada, não peço nada. Se ele quiser participar ativamente vai participar" disse Dilma após o almoço.
AVISO À OPOSIÇÃO
Lula disse que, em campanha política, os candidatos mudam seu discurso para agradar ao eleitorado
Porto Alegre - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Porto Alegre, que irá participar ativamente da campanha e que tem obrigação de escolher quem serão seus candidatos. "Tem gente que quer me tirar da campanha, mas tenho obrigação de participar e escolher quem será meu candidato ou candidata."
Lula disse que, em época de campanha eleitoral, os políticos mudam seu discurso e, no palanque, passam a "falar mal das pessoas que eles sabem que não podem falar mal, porque são quem financia suas campanhas".
Segundo o presidente, nenhum político, nesta época, fala mal de catador de papel ou de movimentos pela moradia. "Esta época é de desancar empresário, de "bater´ em banqueiro", disse Lula, sugerindo que esse discurso agrada ao eleitorado. "É assim a lógica da política nacional." Ainda de acordo com Lula, a política é "a arte do óbvio", que é fazer "aquilo que o povo precisa, sem inventar".
Lula participou de evento para a assinatura de contratos do PAC para duplicação de duas rodovias federais no Rio Grande do Sul e para a construção de novas moradias, além de obras de mobilidade urbana em Porto Alegre, para a Copa de 2014.
À noite, ele participou de um comício com a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, na capital gaúcha. O presidente criticou, ainda, a "máquina de fiscalização" das obras públicas e o atraso que ela provoca no andamento de projetos do governo federal.
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